E
faz que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos, lhes seja
posto um sinal na sua mão direita, ou nas suas testas, para que ninguém possa
comprar ou vender, senão aquele que tiver o sinal, ou o nome da besta, ou o
número do seu nome.
(
Aposalipse 13.16-17)
Apocalipse carrega sobre si a alcunha de ser um
livro aterrorizante e de difícil compreensão. E em um mundo onde tudo deve ser
teoricamente agradável e simples, esta obra é deixada de lado até por muitos círculos
tidos como cristãos.
A despeito das reais dificuldades de
interpretação presentes em Apocalipse, o seu próprio título já carrega o seu tom
( Apocalipse significa revelação, descortinar). Quando Deus inspirou o Apóstolo
João para que redigisse esta obra supracitada, ele desejava que ela fosse lida,
estudada e usada como forma de aperfeiçoar o caráter e a fé dos cristãos. Entretanto, esta Revelação de Deus, quando não
é deixada de lado nos círculos eclesiásticos é tomada como ferramenta de
disseminação de calamidades.
Entre as passagens de Apocalipse, a que se refere
à Marca da Besta é uma das mais usadas como alarde em pregações ou em mensagens
em redes sociais. Mais do que se trata esta Marca? Devemos ter medo? Qual deve
ser o posicionamento de um cristão sobre este tema?
Para entendermos sobre este assunto precisamos
entender o contexto em que ele foi escrito. O Aposto João, era então prisioneiro
do Império Romano, e estava exilado na Ilha de Pátmos. Diante de tal cenário,
era natural que durante a composição de Apocalipse, o Discípulo Amado usasse
referências ao Império Romano como analogias para as revelações que ele obteve
de Deus como forma de torna mais compreensível a mensagem de seus escritos aos
seus leitores primários quanto a vontade do Senhor. Devemos tomar cuidado, no
entanto para não tomarmos a analogias feitas ao Império Romano máximas e esvaziar o texto de seu propósito
inicial.
Dito isso, passemos para a análise do tema em
apresso.
Apocalipse 13 narra o embate entre o Anticristo e
Deus e seu povo da tribulação (STAMPS). O capítulo se inicia com o surgimento
de uma Besta que emerge do Mar, identificada como o Anticristo e seu reino
opositor a Deus. A besta então é ferida mortalmente (alguns autores afirmam que
será apenas uma trama para parecer que ela foi ferida, no caso o Anticristo).
Após uma série de acontecimentos (que serão
explicados em outros artigos) no versículo 11, surge outra besta da terra possuindo características menos pavorosas do
que a primeira mas igualmente maliciosa e iniqua. Este segundo ser é identificado
como o Falso Profeta, que te por obra promover o Anticristo convencer o mundo a
adorá-lo como se este fosse Deus. A primeira Besta (Anticristo) carrega sobre
si primeiramente atribuições politicas, enquanto a segunda Besta ostenta
competências religiosas (MACARTHUR). Diferente da aparição do Anticristo como
um líder implacável, o Falso profeta usará de astúcia, parecendo alguém gentil
e atraente. Este homem do engano fará sinais e prodígios para levar a cabo seus
desígnios.
Temos assim, no capítulo 13 de Apocalipse, a revelação
da trindade satânica. O Dragão (Satanás), a Primeira besta (O Anticristo) e a
segunda besta (o Falso profeta. Com tal estrutura, Satanás tenta fracassadamente
imitar a trindade Santa.
Avançado no capítulo em estudo, vemos a implantação
da “igreja” do Anticristo (POHL). Onde todos deveriam fazer parte desta instituição,
com a certeza que se tornariam páreas da sociedade quem não se submeter a tal
instituição.
Vemos que nós, os salvos em Jesus Cristo, obtemos
o Selo da Salvação em nossas vidas, ou seja o Espírito Santo de Deus. E
novamente como uma cópia pífia de nosso Deus, o Anticristo criará um selo que identificará
os membros de seu séquito (POHL). Um sinal deverá ser colocado na mão direita e
na testa dos servos do Anticristo.
Barclay argumenta que os escravos da época de
João carregavam sobre si marcas que os identificavam como propriedades de seus
senhores. Logo, quem se submeter ao sinal da Primeira Besta, estará se
identificando publicamente como um escravo de Satanás. O autor também cometa
que era comum que soldados marcassem seus corpos com símbolos que remetiam a
lideres pelos quais eles tinham respeito e prestavam honra. Atualmente este
costume antigo pode ser evidenciado pelo atual de tatuar o nome de uma pessoa
que lhe é bem quista. Barclay complementa
que no império romano, os servos do imperador imprimiam o selo imperial em todas
as transações que efetuavam, validando assim tais operações. A marca imperial
denotava servidão e validação.
Moody, em seu comentário de Apocalipse,
identifica a implantação da marca da besta como uma ditadura econômica e
social.
Temos assim que o selo de Cristo ( o Espírito
Santo ) demostra fidelidade a Deus, enquanto o selo do Anticristo ( A marca da
besta) a fidelidade a Satanás. Um homem se torna cada vez mais semelhante ao
mestre que ele serve. O efeito inicial da marca da besta é a banimento social daqueles
que a rejeitam (NOVO COMENTÁRIO BÍBLICO).
William Barclay também comenta que a marca da
besta é mais uma das zombarias perpetradas pelo inimigo em contraposição a uma ação
de pessoas tementes a Deus. O autor afirma que o sinal na testa e na mão,
faziam referência ao costume judeu de orar usando filactérios (pequenas caixas
de couro com rolos escritos com passagens bíblicas) sobre o braço esquerdo e
sobre a fronte.
Diante desta explicação panorâmica nos surge a
pergunta: Do que consistirá a marca da besta? Ainda no capítulo 13 vemos a
associação do número 666 à marca da besta.
Resumidamente este número 666 mostra uma
contradição contra o número 7 que carrega sobre si a perfeição e está
fortemente associado a Deus em toda a Bíblia. O numero 6 remete ao dia da criação
do homem bem como a oposição da humanidade contra Deus. E a repetição deste algarismo
significa a tríplice afronta contra a trindade.
Muitos já alarmaram a cristandade decretando a
surgimento da marca da besta após o surgimento do código de barras, chips de
controle de acessos e em muito outros casos. Porém devemos ser sóbrios e
vigilantes. A despeito de sua natureza ser incerta, sabemos qual sua origem e
propósito.
Em Apocalipse 13.9 está escrito “Quem tem ouvidos
para ouvir que ouça”. Há claramente uma omissão do termo Igreja nesta passagem
(MACARTHUR). Dando assim o entender que durante a implantação da profana igreja
do anticristo, a Santa Igreja do Senhor já estará gozando de paz e alegria diante
de Nosso Senhor Jesus Cristo.
REFERÊNCIAS
STAMPS,
Donald.C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
MACARTHUR,
Jonh. Bíblia de Estudo Macarhur. SBB.
BARCLAY,
William. Comentário de Apocalipse.
POHL, Adolf.
Comentário Bíblico Esperança.
Moody,
D.L. Comentário de Apocalipse.
Novo
Comentário da Bíblia.
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